domingo, 12 de maio de 2013

REZA DE MÃE Nem imagino onde eles estão agora. Era mais fácil quando vestiam o pijama e pediam a história do elefante azul. Parece que restou um cheirinho de talco na almofada do quarto; deve ser só impressão... Nesse tempo, eu não tinha medo da noite ela era o telhado dos poetas; as sombras eram apenas a franja mal aparada dos anjos. A trava na porta me bastava. Hoje, as camas vazias me assustam. Elas acusam o passar das horas e denunciam a revoada dos pardais, os meus pardais. Já não posso abrir minhas asas sobre eles. São pequenas demais para cobri-los, frágeis demais para defendê-los. Ainda bem que me resta a prece, minha aliada nos dias de nuvens e nas madrugadas sem fim. Peço perdão pela insistência, mas reza de mãe é assim mesmo: pura perseverança. Que Deus abençoe minhas crianças de barba na cara e calçado quarenta e dois (o resto na vida é secundário e fica pra depois); que as ilumine com Seu sorriso e, se preciso, acione Seu séquito de estrelas (se tiver que usá-las, prometo devolvê-las). E quando o cansaço me quiser já recolhida, hei de poder sorrir pela missão cumprida. © FLORA FIGUEIREDO In Chão de Vento, 2005 P.S- Meu coração dói só de imaginar meu Joshua Rapaz, Homem, Adulto, Alçando vôos p longe de mim... Que Deus me ajude quando este tempo chegar!!! :D

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