Capítulo 2
No Sábado pela manhã, resolvemos fazer uma consulta particular no Hospital. R$200,00 depois, acompanhada pelas minhas alunas Luciana, Angelina e o esposo Sérgio fui examinada pelo Dr Marco Aurélio, no Hospital. Ele olhou, pelas respostas q fui dando e resultado do seu exame: Erisipela. Já ouvira falar muito por alto mesmo, mas não sabia nada além de que era uma doença q acometia mais pessoas idosas. Uma bactéria dos infernos era causadora daquele sofrimento todo... e tudo estava só começando. O pé inchado e colorido das cores mais assustadoras do mundo eu me contia p não gritar de dor... mas chorava, chorava muito, porque lágrimas não tem freios... Jesus me abençoou c pessoas q conheciam a Palavra de Deus e a serviam. E muito carinhosamente, c cuidado e paciência me esperaram tomar a injeção e a medicação na veia. Fui p casa exausta e c dores q não passavam, não amenizavam, não cessavam.
Em casa me deitei e entre lágrimas e dores clamei à Deus de todas as maneiras q conhecia... Na hora terrível do banho, os clamores viravam berros de "misericórdia Senhor" - eu vou passar p isso e glorificar à Deus... consciente do meu deserto eu chorava e orava... as vezes apagava de dor e cansaço, mas não tinha analgésico q dava jeito naquilo (nunca imaginei q existisse algo q queimasse, ardesse e doesse tanto ao mesmo tempo e em várias intensidades).
Era carnaval - Domingo de carnaval e o meu corpo estava contra mim. Fomos ao UPA c uma bolhinha pequenininha saindo em cima do pé, um líquido âmbar sacudia lá dentro - me dava náusea de olhar - porque eu sabia q ali dentro estavam as bactérias q me maltratavam. O Doutor me atendeu e passou 7 dias de antibióticos q levavam até 2 horas p terminar (tinha q tomar devagarinho, porque podiam causar surdez)... mais uma p a lista interminável de angústia... As enfermeiras eram eficientes e carinhosas e diziam q sabiam o quanto aquilo doía... A Angel se desdobrava ao meu lado. Não se separou um minuto, chorou e esperou comigo todo o tempo... Aprendemos os nomes dos funcionários do segurança aos enfermeiros,atendentes e médicos todos e acompanhávamos os casos dos inúmeros pacientes q chegavam c toda sorte de mazela....
Então algo aconteceu...
Estávamos na sala de medicação, tomando na veia o q o médico prescreveu e chegou uma moça, a Rivone, de 43 mais ou menos q fazia nebulização... ela e o esposo estavam aguardando terminar o remédio q inalava qndo ela começou a sentir muita falta de ar... A enfermeira foi chamar o médico e ficamos os 4 na sala. Então eu perguntei p ela se podíamos orar juntos. Ela aceitou e pedi que déssemos as mãos. A Angel fez uma oração e eu outra, e agradecemos à Deus e esperávamos pelo cuidado do Senhor c ela e que lhe fosse feito tudo conforme a vontade do Senhor. Qual susto qndo paramos de orar e a Rivone saiu de cadeira de rodas p outra sala - e de lá não saiu mais pois faleceu... Meu Deus, q tristeza qndo vimos os olhos das enfermeiras inchados e vermelhos, pois a palavra "completamente cianótica" nunca mais me saiu dos ouvidos. A Rivone era cardíaca e pelo histórico não se cuidava, e a última coisa q ela viu foi nossa oração para que aceitasse Jesus em sua vida. Fiquei tão assustada q dobrei o braço c a agulha e arranjei uma bolha de medicamento fora da veia... A hora pode ser qualquer hora... Nossa hora pode ser agora ou daqui à pouco... Oramos e louvamos à Deus por nossas vida naquele lugar e a oportunidade de estarmos vivas e fazermos alguma diferença na vida dos outros... Qndo o Sergio chegou p nos buscar nos encontrou c os últimos acontecimentos ocupando nossos corações e nossas mentes e a dor continuava... Mas Jesus estava lá comigo, desde a hora de pegar a cadeira de rodas p eu aguardar... passar pela triagem, exame, prescrição, medicação e retorno - cheio de dor... Ele estava conosco...
Tempo de Provações... Tempo de batalha...
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