quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
O sentido da vida
Em tempos de guerra, há um tipo de tortura que tem-se mostrado ser muito eficiente. Um prisioneiro de guerra recebe a ordem de cavar um buraco muito fundo, levando dias para terminar a tarefa. Logo que a escavação é concluída, quando o prisioneiro começa a sentir a satisfação pelo trabalho realizado, ele recebe a ordem para jogar toda a terra de volta e começar a cavar outro buraco a cinco metros dali. Quando termina a escavação do novo buraco, é forçado a enchê-lo de terra e cavar um terceiro buraco.À primeira vista, pode parecer uma punição até humana. Afinal, o prisioneiro não é agredido, não fica sem alimento e não é torturado com arma apontada para sua cabeça. Recebe apenas a oportunidade de fazer exercícios e dormir boas noites de sono. No entanto, os psicólogos que estudaram casos assim afirmam que esta é uma das maneiras mais eficazes de levar alguém à loucura. Por quê?
Sabemos claramente o motivo: é um trabalho sem nenhum propósito. Coloque o mesmo prisioneiro para cavar sozinho um dreno de oito quilômetros de extensão para canalizar o esgoto de um orfanato. Ele poderia trabalhar meses ou até anos para atingir o objetivo, sem chegar à insanidade. Porém, simplesmente mover montes de terra sem qualquer propósito em mente é tortura em grau máximo. Sentir que seu trabalho é insignificante esgota as energias mais do que qualquer outra coisa.
Ao longo dos anos, tenho ouvido declarações desesperadas de pessoas paralisadas pelo esgotamento emocional. No centro das queixas relatadas está a ansiedade e a inquietude de estar apenas movendo montes de terra. Lembro-me de um corretor da bolsa de valores que, em seu estado de depressão, em seguida à festa de comemoração da sua aposentadoria, confessou:
– Comprei e vendi ações por trinta anos. Se somar toda a movimentação financeira, ganhei milhões para meus clientes, mas agora já não sei se a multiplicação de suas riquezas foi a melhor maneira de ser útil a essas pessoas.
Vejo, então, aquela jovem que terminou seu MBA, cheia de energia e novas ideias, com os olhos fixos na cadeira do presidente. Quando alcançou seu sonho, ela confidenciou:
– Tenho almejado postos mais altos em minha carreira, na certeza de que mais dinheiro e poder são sinônimos de felicidade. O resultado é um profundo senso de desapontamento. Por que estou tão confusa, desnorteada e infeliz, justamente no momento em que minha vida é a própria descrição do sucesso?
Observe este outro caso, de um executivo da área publicitária:
– Dediquei setenta a oitenta horas por semana tentando fazer com que as pessoas comprassem o refrigerante de meu cliente, em vez da marca líder de mercado. Será que isso teve algum sentido? – Traduzindo, ele quis dizer: estou apenas movendo montes de terra sem qualquer objetivo.
Pouco antes de sua morte, Mark Twain escreveu: “Uma miríade de homens nascem; trabalham e suam e se esforçam;… lutam e discutem e brigam; disputam por pequenas vantagens sobre os demais; a idade aos poucos os supera; seguem as enfermidades;… aqueles a quem amam lhes são tirados e a alegria da vida se torna em doloroso pesar. [A morte]… finalmente chega – o único dom não corrompido que a terra lhes daria – e desaparecem de um mundo em que não causaram qualquer influência,… um mundo que os lamentará por um dia e os esquecerá para sempre.”
Quando sua vida terminar, você partirá sem ter causado qualquer influência? As pessoas o lamentarão por um dia e o esquecerão para sempre? Você esbanjará a vida simplesmente movendo montes de terra? Ou investirá tudo em sua vida a fim de fazer a diferença?
Para que nossa vida tenha sentido só há uma opção: “Confie no Senhor de todo o teu coração e não se apoie na sua própria inteligência. Lembre de Deus em tudo o que fizer, e Ele lhe mostrará o caminho certo. Não fique pensando que você é sábio; tema o Senhor e não faça nada que seja errado” (Provérbios 3:5-7 – BLH).
Karl Haffner, autor do livro Cura Para a Alma Fatigada
Imagem: Crazymedia / Fotolia
Fonte: Revista Vida e Saúde – Julho de 2009
Autoria: CPB Educacional
622 de fevereiro de 2016 por Verônica em De Professor para Professor
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